A saúde
no Pico; mais uma reflexão
Começo por
esclarecer que não é verdade que os eleitos pelo Pico não tenham
vindo a tomar regularmente posição sobre esta importante questão.
Eu próprio o tenho feito com acentuada regularidade até porque,
contrariamente a alguns, sou um utente que, por opção, vive no
Pico.
Outros
esquecem a responsabilidade que têm, mas não querem assumir. Lembro
o que se passou com a construção e posterior utilização do então
novo Centro de Saúde de São Roque que nunca atingiu os fins para
que tinha sido/foi construído. Não aceito a possibilidade de
situação idêntica ocorrer com a nova unidade de saúde construída
na Madalena.
Vivemos
tempos, que se bem geridos, poderão constituir-se como a grande
oportunidade para se implementar uma viragem histórica do sector da
saúde na nossa Ilha.
É legítimo,
até porque essa espetativa foi criada pelos governantes, exigir-se
que o novo edifício seja muito mais do que um simples centro de
saúde. Só assim se percebe a sua dimensão e o montante do
investimento bem como um conjunto de novas valências que visavam um
novo patamar para a saúde na Ilha.
Com a
inauguração do novo edifício, chegou a altura de implementar um
novo modelo para a USIP que deverá incluir valência hospitalares
que permitam tornar as constantes evacuações e transferências de
doentes numa exceção e não numa regra.
Não é
admissível que se crie o Novo Serviço de Urgência Médico-cirúrgico
sem as seguintes especialidades médicas: Medicina Interna,
Pediatria, Cirurgia e Anestesiologia. A estas deve ser atribuído o
regime de permanecia a fim de assegurarem um Serviço de Urgência
devidamente equipado, sejam por quadros da USIP ou do Serviço
Regional de Saúde, em rotação.
Acrescem
ainda o pleno funcionamento das SIV´s, a ambulância e as consultas
na Ponta da Ilha e as consultas de especialidade em gabinetes
tecnicamente preparados para o efeito, incluindo cirurgia
ambulatória. A título de exemplo: Oftalmologia, Cardiologia, ORL,
Obstetrícia/Ginecologia, Ortopedia, Fisiatria e ainda um gabinete de
Imagiologia com equipamentos de TAC e ECO para além da radiologia
convencional. Sempre numa perspetiva de otimização dos recursos
existentes na Região.
Os
deputados eleitos pelo Pico, nas listas do PS, consideram, e
propuseram, ser de manter um Serviço de Atendimento Noturno/Triagem
nas Lajes e em São Roque, porque estes
Centros de Saúde manterão o internamento, implicando por isso a
permanência física simultânea de dois enfermeiros no período
entre as 20h00 e as 08h00, sendo um afeto à viatura SIV - como é
sabido esta viatura tem baixo número de solicitações. Este serviço
permite que qualquer utente destes dois Concelhos, que se desloque
pelos seus próprios meios, seja assistido no seu Centro de Saúde
para uma primeira triagem, qualitativamente melhor do que acontece
agora – o enfermeiro afeto à SIV possui conhecimentos acrescidos
em Suporte Avançado de Vida - e para posterior seguimento, em
articulação com o médico do Serviço de Urgência. Trata-se,
aliás, de um procedimento seguido em países altamente desenvolvidos
como é o caso da Dinamarca.
Consideram
ainda que, sem estarem criadas todas as condições atrás referidas,
não podem nem devem ser alteradas as funcionalidades dos Centros de
Saúde das Lajes e de S. Roque, sob pena de se penalizar de forma
grave e desumana os seus utentes.