A
propósito do Programa do XI Governo Regional dos Açores
No
Programa do XI Governo Regional dos Açores, aprovado na Assembleia Regional no
plenário de Novembro passado, pode ler-se no capítulo IV.8.2 – Transportes
marítimos, a seguinte afirmação: “ Fusão das duas empresas regionais de
transporte marítimo de passageiros.” Afirmação com a qual confesso estar de
acordo.
Vejamos
contudo o enquadramento histórico das duas empresas – Atlânticoline e
Transmaçor:
A
Transmaçor surgiu por iniciativa de um Governo Regional liderado pelo PSD o
qual, juntando a Empresa de Lanchas do Pico, a Empresa Açoreana de Transportes
Marítimos, a Transcanal e o próprio Governo Regional, constituiu a nova empresa
e mandou construir os navios Cruzeiro do Canal e Cruzeiro das Ilhas.
Dos
inestimáveis serviços prestados às populações do Triângulo e do Grupo Central
pela Transmaçor e pelas empresas que lhe deram origem, tal é a sua relevância e
reconhecimento público, que nada mais há a acrescentar, exceto que movimenta
cerca de 400 mil passageiros ano.
A
Atlânticoline foi constituída por iniciativa de um Governo Regional do PS com
capitais exclusivamente públicos e tendo por finalidade gerir, e bem, o trafego
de viaturas e passageiros inter-ilhas e ainda mandar construir novos navios. Quanto
à construção dos novos navios é melhor nem falar e quanto ao movimento de
passageiros deverá ser de cerca de 50 mil ano.
Em
legislatura que já lá vai e aquando da constituição da Atlânticoline, porque
era percetível o rumo que a Transmaçor levava, não restavam dúvidas de que a
mesma, mais cedo do que tarde, viria também inevitavelmente parar à esfera
pública. Como já nessa altura se percebia, e se conversou, futuramente as duas
empresas, que têm o mesmo objeto, teriam de ser agregadas numa única e, por
isso, a sede da Atlânticoline ficou na Horta de onde foi posteriormente
retirada.
Acontece
que é a Transmaçor quem tem movimento real e permanente de passageiros,
enquanto a Atlânticoline tem, embora importante, um movimento residual e
sazonal, limitado à gestão de dois contratos anuais, pelo que seria um erro
histórico imperdoável que a nova empresa,
resultante da fusão destas duas, não ficasse sediada na Horta.